A preservação do património histórico de Portugal como repositório da memória coletiva é importante para a conservação da identidade histórica, da pertença e da língua do povo português.
Se, por um lado, a manutenção de feriados nacionais, como o do dia da restauração da independência em 1640 e o do dia 25 de abril em 1974, a existência de palácios, monumentos, fortalezas, castelos, igrejas, mosteiros, conventos, pelourinhos dispersos pelo território nacional, edificam não só o patriotismo, a bravura do povo luso ao longo de conquistas e reconquistas conseguidas, mas também a espiritualidade que o ilumina na fé e na crença dos seus desígnios, temos, por outro lado, o nosso espólio literário tão bem conservado em Cancioneiros, memórias e tratados históricos e civilizacionais resguardados na Torre do Tombo, em Lisboa, para consulta, estudo, investigação de espaços temporais vividos e que consolidam a nação portuguesa.
A torre de Belém, um marco de abertura ao mundo desconhecido e que nos tornou heróis na nossa aventura por mares nunca dantes navegados, capazes de dar ao mundo novos mundos, eleva-se como um referente patrimonial da nossa bravura e da nossa força indomável contra as adversidades, adamastores da vida.
Não se pode olvidar o património imaterial. O Fado, canção de dor e de amor que trespassa o coração, o Cante alentejano realizado sem instrumentação e que incorpora um grande sentido de pertença e de identidade, os Caretos de Podence ligados, simbolicamente, a antigos ritos de fertilidade inculcam-se, igualmente, e entre outros, nas raízes do nosso património cultural e linguístico.
O património histórico de Portugal como repositório da memória coletiva deve ser, por todos nós, preservado, como se de uma relíquia se tratasse à semelhança da língua mirandesa cuja preservação se deve à geografia e ao isolamento das designadas Terras de Miranda.
