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50 ANOS DO 25 DE ABRIL - UM LEGADO A CELEBRAR E A PRESERVAR

    Há meio século, as páginas da história de Portugal começaram a ser reescritas quando, naquela manhã de abril, os clamores da liberdade ecoaram pelas ruas de Portugal. Cinquenta anos depois, não estamos apenas a comemorar uma data; estamos a celebrar um ato de coragem que mudou o rumo do nosso país e moldou a nossa identidade.

     O 25 de Abril de 1974 não foi apenas uma revolta militar: foi a luta de todo um povo contra a opressão, censura e falta de liberdade que marcaram o regime anterior. A coragem dos capitães, soldados e da população em geral, desencadeou uma transformação radical que culminou na conquista da liberdade e na instauração da democracia.

     A democracia portuguesa, ainda em desenvolvimento, é fruto do 25 de Abril. As liberdades conquistadas – de expressão, de associação, de reunião – são pilares fundamentais na sociedade portuguesa. No entanto, os desafios persistem. A desigualdade social, a pobreza e a precariedade laboral ainda são obstáculos a serem superados. A igualdade de género, a justiça racial são lutas em curso. É preciso defender os valores conquistados com a Revolução do Cravos e continuar a construir um Portugal mais justo e democrático para todos.

     A educação desempenha e deve continuar a desempenhar um papel crucial na construção deste ideal democrático. É através da compreensão do passado, da análise crítica dos acontecimentos e do respeito pela diversidade de opiniões que formamos cidadão informados e participativos. A nossa Escola, assim como o nosso País, tem a responsabilidade de cultivar os valores que o 25 de Abril representa.

     Assim, neste cinquentenário, convidamos toda a comunidade escolar a participar ativamente nas atividades que marcarão esta data. Debater, refletir e compreender o legado do 25 de Abril são passos essenciais para a formação de cidadãos conscientes e socialmente comprometidos.

     Cinquenta anos depois, o 25 de Abril continua a ser uma inspiração. Inspira-nos a preservar e fortalecer os valores fundamentais da democracia, da liberdade, da igualdade e da equidade. Recordemos o passado. Que este nos continue a motivar para superar os desafios da construção de um Portugal mais justo, democrático e fraterno para todos.

"PORQUE EU SOU DO TAMANHO DO QUE VEJO"

    Quantas vezes, na passagem dos dias, olhamos e não vemos. Através das palavras podemos ver e dizer as ideias. Neste sentido, queremos que a ‘Voz do Fontes’ seja um novo olhar sobre a realidade e uma outra visão sobre o sentido das coisas.

     Mais do que habitar a Escola, no cumprimento daquilo que se espera, importa pensar a essência das aprendizagens e desenvolver o seu fundamento: saber olhar para ver, saber ouvir para dizer, saber estar para sentir. Que haja um ponto de encontro em cada um de nós e que as palavras de Agostinho da Silva nos acompanhem: ‘que a escola não seja uma máquina de fabricar adultos mas um viveiro de conservar crianças.’

     Neste horizonte, através da escrita podemos encontrar o sentido, a direção, o caminho. Lembrando Caeiro, em sintonia com a minha vontade, posso afirmar que para além do meu olhar sobre a realidade quero ver o sentido das coisas porque (...) ‘sou do tamanho do que vejo.’ 

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